A poucos dias de viver um dos momentos mais poderosos e desafiantes para uma mulher – dar à luz – encontro novamente vontade de escrever um pouco sobre as minhas reflexões destes últimos 8 meses.
Aprendi nos últimos anos o que agora ensino: A importância de fluir com a vida, de viver os ciclos naturais da existência humana, da necessidade de libertarmos o controlo e nos entregarmos à sabedoria do Universo. O que não sabia é que seria o próprio Universo a testar-me sobre a implementação destes princípios nesta fase completamente nova da minha vida.
Quando achamos que já sabemos todas as respostas vem a vida e muda-nos as perguntas, e foi isso que aconteceu comigo. Se por um lado já conseguia aplicar esses princípios na minha vida, tal qual como a conhecia, nesta “nova vida” percebi que era muito mais difícil de aplicar o que acreditava, visto estar a lidar com o desconhecido.
Ter a paciência de esperar pelo “tempo certo” das coisas tornou-se um desafio constante. A mudança do corpo, do estado emocional, o cansaço fora do normal, o desligar involuntário da mente racional, o aumento da sensibilidade energética, a mudança de gostos e vontades, os medos e receios, entre tantas outras mudanças pelas quais uma mulher passa durante uma gravidez, fez-me perceber que iniciava outro processo de transformação mais profundo.
Percebi que ainda sentia resistência para abandonar o meu “velho EU” tal qual o conhecia e que que tanto trabalho me tinha dado conquistar, de modo a poder dar lugar a um “novo EU” completamente desconhecido para mim. Confiar que toda esta mudança tem um propósito maior e que será benéfica para mim e para todos, ainda é uma tarefa diária de aprendizagem.
Paciência para esperar que todos os desconfortos físicos e emocionais passem, paciência para esperar que a transformação finalize, paciência para esperar pelo tempo certo no qual esta alma que nutro no meu ventre decida vir ao mundo, paciência para conhecer o meu “Novo EU”, paciência sobretudo para confiar numa inteligência Superior que organiza tudo para o nosso bem Maior.
Queremos tanto acelerar as coisas para obter logo os resultados ou fugir do desconforto que o tempo de espera nos traz, que nos esquecemos de algo que a natureza sabe fazer muito bem – esperar pelo tempo certo. Como dizia o meu pai – “O fruto só cai quando está maduro”, e isso fez-me recordar uma metáfora que escrevi há uns anos atrás sobre este tema – O FRUTO VERDE e que espero possa ajudar e inspirar outros a trabalhar internamente na paciência e confiança, de modo a poder viver mais em sintonia com a natureza.
Cristina Gonçalves
Lindo, aproveita bem o tempo de espera, descansa, carrega baterias para poderes usá-la na hora certa.
Obrigada pela partilha isto aplica-se em muitas outras fases da vida.
Felicidades