Depois de alguns anos a identificar e libertar bloqueios que limitavam a minha expressão, considero que neste momento já me sinto muito capaz de falar a minha verdade, sem vergonhas ou receios. No entanto, nas últimas semanas constatei que ainda este ponto não estava completamente resolvido dentro de mim.
Neste momento e com o aproximar de mais um grande desafio profissional, onde a minha verdade será exposta para grandes massas, este receio reacendeu. Os pensamentos começaram a bombardear na minha mente “E se os outros não concordarem com o que estou a afirmar, e se contraporem com outros argumentos que não tinha pensado antes?”, “e se estiver a dizer algum disparate por me ter escapado alguma informação importante?” E se….
Pensei que era coisa pouca até ter iniciado recentemente sessões de coaching com uma pessoa cujo problema principal é exatamente esse – “Não me consigo expressar nem dar a minha opinião perante um grupo”. Perguntei-lhe: “Qual o teu maior receio, seres rejeitado?”, “não” respondeu “é mais perceber que estou a dizer algo errado”. Caiu-me a ficha. Desde algum tempo que sei que todos os clientes que atraímos enquanto terapeutas, vêm mostrar-nos uma parte de nós que ainda precisa ser resolvida. E esse cliente aparece agora, exatamente agora, para mostrar-me essa parte de mim que ainda se sente insegura.
Hoje, no seguimento de todas as tarefas necessárias para fazer as tais comunicações para as pessoas senti-me algo ansiosa, o desafio é novo, pelo que não sei se irá correr como gostaria. Decidi tirar uma carta de mensagem dos anjos, um dos oráculos a que frequentemente recorro para me guiar nas decisões e momentos nos quais me sinto mais bloqueada ou perdida. A carta que saiu foi: concentra-te no serviço e não no dinheiro ou na opinião que os outros possam ter de ti. Nem queria acreditar. Esse é o grande segredo sempre, foco na missão maior de todo o processo. Se sentir que estou a servir, não me preciso preocupar se os outros acham que estou a fazer bem ou mal, desde que a minha atuação sirva e ajude a quem me estiver destinado ajudar e inspirar.
Encaminhei-me mais tranquila e centrada rumo às minhas tarefas quotidianas, abri o email e encontrei uma mensagem de agradecimento de uma das pessoas que acompanho desde há 8 anos tanto em cursos como em sessões individuais, e que já se tornou uma amiga.
O email terminava com a seguinte frase “Grata por tudo nestes 8 anos em que comecei as formações convosco e a partir daí quase sem me aperceber minha vida mudou bastante. Acho que nunca fui tão feliz, tão reconhecida e nunca gostei tanto de mim.”
As lágrimas caíram-me imediatamente. “Serviço Cristina”. O foco está sempre no serviço. O resto são meios para chegar a este fim maior. O que é realmente importante é ajudar de qualquer maneira que nos for possíveis as pessoas que assim o entenderem, de modo a serem mais felizes e estarem mais satisfeitas com elas próprias.
A ansiedade e preocupação passaram logo.
Cristina Gonçalves – Terapeuta, Coach e Formadora Comportamental
Profundamente autêntico este artigo. Adoro a maneira como sempre inteligentemente consegues estabelecer ligações entre as coisas para tirares as devidas conclusões.
A ansiedade passa sempre que estamos envolvidos do espirito de missão e serviço. Basta que haja um significado que configura uma causa maior e tudo muda.